Não há melhor maneira de resumir a importância do conhecimento para os profissionais que desejam ter sucesso e, mais do que isso, destaque no competitivo universo cervejeiro, do que essa: “Nenhum sommelier de cervejas é ‘completo’ sem conhecer as bases dos diferentes estilos e subestilos oriundos da produção artesanal”.

 

Sim, nós sabemos que são muitas as escolas, estilos e cervejas disponíveis no mercado atualmente. Mas fique tranquilo! O professor Celso – Jornalista, Sommelier de Cervejas e Mestre em Estilos, formado pelo Instituto da Cerveja – nos ajudou a preparar este artigo para contar a vocês quais são os 7 estilos essenciais para um bom especialista. Esperamos que goste de História, pois este artigo está repleto de informações preciosas e muito aprendizado!

 

 

Estilos Essenciais para o Sommelier de Cervejas

 

1) Bohemian Pilsner

 

História – O primeiro estilo que precisamos destacar é, sem dúvidas, o Bohemian Pilsener, nascido na cidade de Plzen, na República Tcheca. O Mestre cervejeiro alemão Josef Groll mudou tudo o que os europeus entendiam por “cerveja” até 1842, ao adotar inovações tecnológicas que transformaram a bebida no que conhecemos hoje: dourada, brilhante e límpida.

 

Características – O Bohemian Pilsener também conferiu às cervejas um aroma suave de casca de pão, leve tostado, como biscoito, além de lúpulos de tom herbáceo condimentado, criando um excelente equilíbrio entre o amargor médio e o leve dulçor residual. Muito refrescantes, essas cervejas têm corpo médio e são muito mais intensas do que aquilo que chama de “Pilsen” nos mercados atualmente.

 

Curiosidade – Na prática, a Bohemian Pilsener que vemos nas prateleiras do mercado são, na verdade, pertencentes ao estilo “American Larger”, inspirado no Pilsen original, mas suavizada nos Estados Unidos a partir da década de 40. Um bom sommelier de cervejas deve saber diferenciar uma da outra!

 

 

2) Special Bitter

 

História – Até a Idade Média, aproximadamente, os maltes das cervejas européias eram escurecidos pela secagem do malte a fogo (o que resultava em cervejas predominantemente escuras). Porém, a partir de 1800, entrou no mercado a Pale Ale, primeira cerveja a conseguir efetivamente um tom mais claro. A novidade ficou popular não só na Europa, mas em todo o mundo, se tornando um dos principais produtos de exportação da Inglaterra Industrial.

 

Características – Em geral, o grupo das Pales apresenta uma variedade de cores entre âmbar e cobre, contendo aromas amendoados e tostados dos maltes. Também são comuns os acentos de caramelo e toffee, além do frutado de frutas secas (como uvas passas e ameixas secas evidentes). Os lúpulos ingleses marcam presença principalmente no aftertaste, isto é, no final do gole, trazendo um tom mais terroso e herbáceo à bebida. No caso da Bitter, em especial, o residual final é levemente adocicado.

 

Curiosidade – A Pilsner, sobre a qual comentamos acima, foi lançada pelos alemães justamente para fazer com a popularidade das Pale Ales!

 

 

3) Belgian Tripel

 

História – A primeira produção belga selecionada por nossos especialistas para você, sommelier de cervejas, é a Belgian Tripel, um estilo indispensável para quem deseja se autodenominar “profissional”!

 

Características – De corpo médio, o Tripel é marcado pelos tons claros e o alto teor alcoólico, podendo chegar entre 8% e 9%. Muito complexas, essas cervejas possuem diversas camadas de sabor, isto é, passeiam tanto pelos maltes, que remetem a mel e cereais, quanto pelos lúpulos, que trazem muitas vezes um leve toque floral. O sabor frutado é elevado, lembrando frutas amarelas (como pêssegos em compota e damascos), e há uma suave nota condimentada, que lembra noz-moscada ou pimenta-do-reino.

 

Curiosidade – Essas cervejas tendem ao equilíbrio entre dulçor e amargor, aromas frutados e condimentados. Ao final do gole, também é possível sentir o caráter aquecedor do álcool. Conhecer uma boa e típica Tripel é essencial para os cervejeiros “de verdade”!

 

 

4) Weizenbier

 

História – Nascido na Baviera, parte Sul da Alemanha, esse estilo ganhou fama internacional como uma das principais cervejas de Munique. Atualmente, a Weizenbier é um dos principais estilos alemães no Brasil, facilmente encontrado nos mercados e frequentemente pedido nos bares e restaurantes.

 

Características – Proibido após a Lei da Pureza, promulgada em 1516 – que não permita o uso do trigo nas cervejas – ele volta a ser feito apenas em 1870 para a população em geral. Utilizando malte de trigo, esse estilo também é marcado pelo aroma e sabor típicos de cravo e banana, apresentando inclusive, em algumas poucas versões, um suave toque de lúpulo floral.

 

Curiosidade – A Weizenbier também é chamada de Weiss que, no alemão, significa “branco”, O apelido vem por conta de sua aparência turva, que é bem visível quando servida em copos grandes, com a levedura do fundo da garrafa.

 

 

5) Brown Porter

 

História – Outro estilo inglês muito importante para o mundo foi o Brown Porter, nascido também no período da Revolução Industrial, mas com a intenção de atender ao público trabalhador. Em meados de 1700, em Londres, trabalhadores do porto (porters) alternavam sua rotina entre o serviço nos portos e os bares da cidade, onde misturavam diferentes tipos de cervejas envelhecidas e outras bebidas, resultando em bebidas escuras e bem fortes. Nesse hábito, cervejeiros ingleses enxergaram uma oportunidade, criando um estilo que agradasse à classe proletária.

 

Características – Bastante semelhante às bebidas que eram “produzidas” pelos trabalhadores, a Brown Porter se destaca por ser marrom escura, marcada pelo sabor semelhante ao chocolate e o amargor que remete ao café (ambas características advindas dos maltes torrados). Comumente, também contém um leve toque de caramelo e frutado (de ameixas frescas e uvas passas).

 

Curiosidade – Você sabia que o estilo Stout, na verdade, nasceu como uma Porter? Após 1830 com a invenção do tambor torrador por Daniel Wheeler – tecnologia que permitiu a fabricação de maltes realmente muito torrados e pretos – muitos cervejeiros mudaram suas receitas, e as Porters perderam sua popularidade. Para retomar o sabor intenso e torrado da antiga Brown Porter, outro grupo de cervejeiros criou a Stout Porter, preta e bem torrada, lembrando café intenso. Stout era um prefixo de força na época. Com o tempo, esse estilo perdeu o "Porter" do seu nome.

 

 

6) Dark Strong Ale

 

História – Abram alas para mais uma cerveja belga em nossa lista! Super complexa e muito interessante pelo seu conjunto de características, a Dark Strong Ale, como o próprio nome sugere, é um estilo marcado pelo tom escuro (diferente da Belgian Tripel), mas também frutado, sobretudo como frutas escuras, como ameixas frescas, e passas, como tâmaras secas e uvas passas.

 

Características – Prestando-se bastante ao envelhecimento, a Dark Strong Ale tem corpo elevado e é bastante alcoólica, podendo chegar ao teor de 11%! Ainda assim, costuma ser adocicada ao final do gole, apresentando, inclusive, suave condimentação que lembra noz moscada e pimenta do reino.

 

Curiosidade – Algumas das cervejas pertencentes a este estilo já foram consideradas as melhores do mundo, com reconhecimento especial para as versões feitas por monges trapistas!

 

 

7) American I.P.A.

 

História – O American I.P.A. é um estilo interessante não apenas por ser um dos mais conhecidos no mercado brasileiro, mas, principalmente, por seu processo de criação. Originalmente, o estilo nasceu na Inglaterra, entre o final de 1700 e começo de 1800, com o objetivo de exportação para a Índia (por isso a sigla para India Pale Ale).

 

Características – A partir de 1980, os norte-americanos resgatam a I.P.A. utilizando, no lugar dos lúpulos ingleses (mais herbáceos e terrosos), os lúpulos americanos (frutados, cítricos e resinosos). Elas têm alto teor alcoólico (que chega até 7,5%) e amargor evidente (aspecto que mais chama a atenção dos consumidores).

 

Curiosidade – É muito importante cuidar da qualidade da sua American I.P.A. para garantir que esteja boa no momento do consumo. Manter ela refrigerada ajuda a preservar o frescor da bebida.

 

 

Acabou! Esperamos que essa breve introdução a apenas 7 dos muitos estilos e subestilos relacionados às cervejas artesanais tenha servido para aguçar seu desejo por informações de qualidade. Se, após essa leitura, você estiver pensando em maneiras de se tornar um sommelier de cervejas multidisciplinar, ficamos felizes em te recomendar nosso Curso de Especialização em Estilos!

 

Torne-se um Mestre em Estilos e mergulhe de uma vez rumo à lucratividade da sua paixão:

 

 

Se você gostou desse conteúdo, siga também nossos perfis no Facebook e Instagram para acompanhar tudo o que produzimos! Aproveite para também entrar em contato com os especialistas do Instituto da Cerveja e saber mais sobre nossos cursos de capacitação.

Fonte: