O maior erro que um amante de cervejas pode cometer ao estudar as origens dessa bebida é, sem dúvidas, ceder à tentação de generalizar as tradições e costumes envolvidos na produção artesanal regional. Quem deseja embarcar no vasto universo das cervejas especiais deve saber que, em cada país onde foi desenvolvida uma das escolas cervejeiras mais relevantes da história, também estão presentes diferentes conjuntos de características, regras e outros fatores influentes.
Quer conhecê-los mais a fundo? Então aproveite esse artigo!
Escolas Cervejeiras: O que são, afinal?
Se você estava pensando nas escolas cervejeiras como instituições de ensino tradicionais, com salas dedicadas à aulas teóricas e práticas, errou! Na verdade, esse modelo de capacitação se assemelha muito mais ao que praticamos aqui no Instituto da Cerveja, onde professores experientes transmitem seus conhecimentos aprofundados para quem deseja profissionalizar a sua paixão por cerveja.
As escolas cervejeiras sobre as quais estamos falando são, na verdade, a união de aspectos culturais que dão personalidade ao modo de fazer cerveja em cada localidade. Em outras palavras, envolve as normas, as leis, a disponibilidade de matérias-primas, os valores, os comportamentos, as questões econômicas, geográficas, políticas, climáticas, governamentais, religiosas, tecnológicas e de saúde pública de cada região.
Portanto, apesar de vários povos possuírem tradições cervejeiras, vamos ressaltar aqui somente as 4 mais proeminentes, que conquistaram notoriedade em seus respectivos países. Veja quais são!
Conheça as Principais Escolas Cervejeiras:
?1. Escola Alemã
Bastante tradicional, a Escola Alemã é marcada pelo forte senso de lealdade à cultura regional – em vez de cervejas mainstream, os alemães preferem comprar bebidas produzidas em sua própria cidade, bairro, ou vila. Dessa forma, impulsionam negócios locais e ajudam a preservar o consumo dos estilos em suas cidades de origem: atualmente, os moradores de Einbeck ainda priorizam a Bockbier; já os da Munique preferem a Weizenbier, e assim por diante. O resultado dessa “centralização cultural” é uma Alemanha com mais de 5.000 marcas de cerveja espalhadas por todo o país, oferecendo grande resistência às grandes corporações, e promovendo as pequenas cervejarias artesanais
2. Escola Belga
Diferente da alemã, a Escola Belga nunca passou por uma Lei da Pureza ou qualquer outra norma que regulamentasse (ou restringisse) a produção artesanal. Pelo contrário: continuaram fabricando suas bebidas como já se fazia há muito tempo (isto é, desde a Antiguidade), adicionando frutas, temperos, condimentos e diversas outras matérias-primas em suas cervejas.
Avessos à definição de estilos, os cervejeiros Belgas se preocupam não com a classificação de suas bebidas, mas sim em realçar o sabor dos produtos e subprodutos obtidos pelo processo de fermentação (como frutados e condimentados). Aqui, a “estrela da festa” não é o lúpulo, e sim a grande complexidade que marca, diferencia e destaca as cervejas belgas.
3. Escola Inglesa
A Escola Inglesa recebe esse nome, pois, à semelhança da alemã (que abrange estilos e regiões não necessariamente pertencentes à Alemanha, como as cervejas tchecas e austríacas), esta envolve toda a área de influência da Inglaterra (incluindo diversos países anglo-saxãos como Irlanda e Escócia). O ponto de concordância de todos os especialistas é que a tradição britânica foi determinada por sua forma de consumo – que, por sua vez, determinou o estilo de produção.
Levando em consideração as condições climáticas adversas, marcadas por chuvas constantes, passeios no parque não são exatamente o programa favorito de um inglês. Em vez disso, preferem reunir seus amigos nas public house (que chamamos de pubs) para discutir política, fazer negócios, celebrar aniversários, passar um tempo com os filhos e, é claro, beber cerveja.
4. Escola Americana
Por fim, destacamos a Escola Americana. Apesar de fortemente influenciadas pela tradição inglesa, as escolas cervejeiras dos Estados Unidos se diferenciam das primeiras, acima de tudo, pela utilização de lúpulos nativos em suas bebidas. Para muitos estilos, as receitas são basicamente as mesmas, porém, no lugar dos lúpulos mais herbáceos e terrosos dos ingleses, esses produtores optaram pelo frutado, cítrico e resinoso das variedades americanas. Assim, com base na English Pale Ale, surgiu a American Pale Ale.
Tudo que contamos aqui é uma breve introdução às histórias, peculiaridades e características das escolas cervejeiras tradicionais. O melhor caminho para saber mais sobre cada uma delas é investir em capacitações com conteúdos exclusivos e cervejeiros experientes, para profissionalizar sua paixão! Para começar, indicamos o Curso de Introdução ao Universo das Cervejas Especiais. Conheça:
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